Tive uma infância ativa, pois brinquei de esconde-esconde, pega-pega, queimada e vários outros jogos.

 

Na juventude vi estrelas como Paula, Hortência, Janeth e Branca assistindo a jogos de basquete. Mesmo assim, meu envolvimento com o esporte e com a atividade física eram superficiais.

 

Busquei com afinco o caminho dos estudos em busca de uma vida melhor. Na juventude comecei a trabalhar com Jornalismo. Foram tempos em que aprendi muito com a profissão. A energia e a adrenalina que você sente quando faz uma reportagem ou busca um entrevistado são contagiantes.

 

No entanto, eu negligenciava o corpo e, conforme os trinta foram se aproximando, vieram dores crônicas no corpo. E comecei a repensar a minha vida.

 

Jogando uma bolinha com a Patrícia Medrado (de azul) no Dia do Desafio. Foto: divulgação

Jogando uma bolinha com a Patrícia Medrado (de azul) no Dia do Desafio. Foto: divulgação

 

Passei a abrir espaço, primeiro, para a academia, e depois iniciei meu caminho no balé. Posteriormente veio a dança de salão. Hoje percebo que a minha postura melhorou. Percebi também reflexos na respiração, na concentração e no sono.

 

Eu e o atleta Pipoka em um momento de descontração na Câmara dos Deputados. Foto: divulgação

Eu e o atleta Pipoka em um momento de descontração na Câmara dos Deputados. Foto: divulgação

Houve também uma mudança na minha mente. Em 2013, passei a trabalhar no Terceiro Setor. Surgiu a oportunidade de ingressar na Atletas pelo Brasil naquele mesmo ano. Logo em seguida acompanhei a mobilização em torno da aprovação do artigo 18-A, que altera a Lei Pelé e traz regras por mais transparência nas entidades esportivas.

 

O momento em que estive com os atletas no Senado, logo após a aprovação da lei, foi emocionante. E trabalhar junto de tantos ídolos é algo inspirador.

 

Vi o quanto é importante que todos compreendam os efeitos do esporte e hoje entendo que a luta da Atletas pelo Brasil não é somente para formar atletas, é para sermos pessoas melhores. Melhorando o esporte a gente melhora o país.

 

 

 

Eu me tornei uma pessoa diferente depois que estabeleci o esporte e a atividade física como prioridades e quando compreendi que isso deve ser um direito de todos.
Essa transformação mexeu na minha confiança.

 

Hoje eu me arrisco nas quadras poliesportivas, nas pistas de corrida e em outros campos que seguiam apenas na memória.

 

Aprendi a voar longe e agora sonho alto. Meu desejo é por um mundo melhor e mais justo, em que todos tenham oportunidades.

 

Tatiane Conceição Vergueiro

Atletas pelo Brasil